Dor é uma doença? Ou é sinal de que algo não está indo muito bem?

A pergunta parece ser difícil de responder, mas dor pode ser sinal de qualquer doença acontecendo em seu corpo, mas, também, pode ser a própria doença.

Segundo a IASP (Associação Internacional para o Estudo da Dor), dor é uma experiência desagradável, associada à existente ou potencial lesão tecidual com componentes sensoriais, emocionais, cognitivos e sociais.

Vários mecanismos do sistema imune, endócrino e nervoso estão ligados com a sensação de dor. A dor pode ser classificada como “aguda”, quando seu aparecimento e resolução estão no período de até 3 meses ou 12 semanas; e como crônica, quando a sua duração passa dos 3 meses.

Em relação à dor aguda, caso haja corretos tratamento e acompanhamento do paciente, assim como correção da causa para a dor, há grande chance de melhora. O tratamento da dor aguda é, geralmente, realizado por quase todos os médicos, necessitando de um especialista em medicina da dor nos casos mais complexos, quando algumas medicações específicas precisam ser prescritas ou quando se fazem necessários alguns procedimentos, como os bloqueios (falaremos em breve sobre eles).

Entretanto, há algumas doenças ou fatores que provocam a dor e fazem a sua duração perdurar. Existem mecanismos neuronais que  modificam a estrutura de interpretação do cérebro para o estímulo doloroso – isso tudo, faz seu cérebro acreditar que aquela dor faz parte do seu corpo e cria um tipo de “estímulo permanente”.

Algumas doenças cursam com dor, sendo essa a personagem principal, como a fibromialgia, a osteoartrite, o lombalgia crônica, as cefaleias, as dores após procedimentos cirúrgicos, como amputação, cirurgia de mama, cesárea. Nesses casos, há como amenizar o sofrimento do paciente e promover uma qualidade de vida mais satisfatória atrás de um tratamento multidisciplinar.

A multidisciplinaridade no tratamento da dor é essencial. Tanto o médico de dor, o qual ocupa o posto de investigar, diagnosticar e iniciar o tratamento medicamentoso e, se necessário, intervencionista, quanto o fisioterapeuta, com o manejo de terapias manuais e exercícios focados, assim como psicólogo e psiquiatra, visto que as doenças crônicas tendem a estar associadas a alterações de humor, depressão, ansiedade.

Neste blog, discutiremos vários temas relacionados à dor, em uma linguagem acessível, trazendo informações com evidência científica e sempre dispostos a tirar sua dúvida.