Dor lombar, ou lombalgia, chega a ser um sintoma e uma doença, assim como a cefaleia, que pode estar presente em qualquer quadro patológico, mas pode ser a própria doença, como na enxaqueca.

Estima-se que 18,2% das pessoas têm lombalgia diariamente, sendo mais comum entre os 40-69 anos e no sexo feminino. Também vale saber que quase 80% das pessoas já tiveram a negativa experiência de ter dor lombar, além de relatarem que a intensidade variava entre moderada e forte.

É um sintoma raro em crianças e adolescentes, mas, quando existe, se torna um fator de risco à existência do sintoma na idade adulta.

O fator ocupacional também tem um peso importante, sendo as funções relacionadas com o transporte de carga bastante associadas. De modo que é a doença que causa o maior número de afastamento em dias de trabalho, além de onerar gastos com a saúde da população e do indivíduo.

A dor lombar aguda tem maior pico no período matinal, assim como sua intensidade não sofre interferência do tempo climático. Fatores físicos e psicológicos isolados ou combinados são fortemente associados à ocorrência da dor.

Na maioria dos casos, não há uma causa específica, porém existem determinadas afecções que geram a dor lombar, as quais iremos descrever no decorrer das postagens seguintes. Entre elas estão:

  • estenose do canal vertebral,
  • doença discal (herniação, degeneração, rompimento),
  • acometimento das articulações intervertebrais,
  • síndrome miofascial
  • ou ser secundária a outra doença, como implantes tumorais de processos neoplásicos.

Como iremos descrever cada processo de dor lombar posteriormente, neste post iremos falar de maneira geral como podemos manejar a dor na forma aguda, prevenir novas lesões e, caso haja persistência, como acompanhar.

Na maioria dos casos de dor lombar, por não existir causa específica, a melhora acontece em média de 4 a 6 semanas. Porém, é esperado que mais ou menos 1/3 dos pacientes apresentem uma recorrência nos próximos 12 meses.

Descritos abaixo estão os fatores associados a um pior prognóstico e aumento de chance de persistência e cronificação da dor:

  • desabilitação importante,
  • presença de ciatalgia,
  • idade avançada,
  • comprometimento do estado geral do paciente,
  • aumento do estresse psicológico,
  • poucos relacionamentos sociais,
  • alta demanda física no trabalho
  • presença de compensação secundária à dor.

E como manejar/tratar este quando na sua fase aguda? Em geral, se nenhuma causa for encontrada, não teremos um tratamento específico. O tratamento é composto por orientação e educação do paciente sobre sua doença, terapia medicamentosa, terapias não-medicamentosas e criação de um diário da dor, avaliando fatores que desencadeiam o quadro doloroso, fatores de melhora e aprimoramento do tratamento baseado nisso.

Vale lembrar que, durante a avaliação, o mais importante é a coleta adequada da história clínica e a realização do exame físico. Não há evidência de que a solicitação de exames de imagem mude conduta e tratamento em boa parte dos casos.

E sobre o repouso? Há evidências de que deve ser deixado de lado na maioria dos casos. O paciente deve retomar as atividades o mais breve possível!

Na hipótese de persistência da dor para além de 6 semanas, será necessário um acompanhamento conjunto de um médico de dor – a fim de programar um tratamento direcionado e rever o seu diagnóstico – com toda a equipe multidisciplinar.

Não deixe de acompanhar as próximas postagens sobre lombalgia. Garanto que será bastante interessante e esclarecedor. Mandem suas dúvidas!